O Plano Rigger, também conhecido como plano de rigging, é um dos documentos mais importantes quando falamos em movimentação e içamento de cargas.
Ele garante que a operação seja segura, eficiente e em conformidade com as normas brasileiras, especialmente em obras de grande porte, indústrias, portos e qualquer ambiente que utilize guindastes, gruas ou equipamentos de elevação.
Neste artigo, você vai entender o que é um Plano Rigger, sua finalidade, etapas de elaboração, normas regulamentadoras aplicáveis, riscos de não utilizá-lo, além de exemplos práticos e perguntas frequentes.
O que é um Plano Rigger?
O Plano Rigger é um documento técnico que descreve como será realizado um içamento de carga.
Ele envolve desde o levantamento de informações técnicas da carga e do equipamento, até cálculos estruturais, diagramas, responsabilidades da equipe e protocolos de segurança.

É obrigatório em operações críticas, onde a complexidade, peso ou localização da carga apresentam riscos elevados.
Qual a Finalidade do Plano Rigger?
A finalidade do Plano Rigger é antecipar riscos, planejar a execução e garantir a segurança de todos os envolvidos. Ele serve para:
- Certificar que os equipamentos escolhidos são adequados.
- Definir os papéis da equipe (operador, rigger, sinaleiro, supervisor).
- Cumprir as normas da NR-12 e NR-18.
- Prevenir falhas, acidentes e prejuízos financeiros.
- Otimizar tempo e reduzir custos em obras e projetos.
Quando o Plano de Rigging é Obrigatório?
O Plano Rigger se torna obrigatório quando:
- A carga ultrapassa 80% da capacidade nominal do guindaste.
- São utilizados dois ou mais guindastes simultaneamente.
- Há riscos específicos como proximidade de redes elétricas ou áreas confinadas.
- A carga possui geometria irregular ou centro de gravidade desconhecido.
- Operações ocorrem em canteiros de obras com grande circulação de pessoas.
Normas Regulamentadoras que Exigem o Plano Rigger
NR-12 – Máquinas e Equipamentos
Prevê que toda movimentação com máquinas deve priorizar a segurança dos trabalhadores.
NR-18 – Indústria da Construção
Estabelece condições para o uso de gruas, guindastes e içamentos em obras, exigindo planejamento formal para evitar acidentes.
Além das NRs, normas internacionais como ASME B30.5 e ISO 9927 são referências de boas práticas.
Etapas do Plano Rigger
1. Levantamento de Informações
- Peso e dimensões da carga.
- Ponto de içamento e centro de gravidade.
- Condições climáticas previstas.
- Limitações de espaço e terreno.
2. Visita Técnica
O engenheiro ou rigger responsável avalia in loco:
- Obstáculos.
- Posicionamento ideal do guindaste.
- Interferências ambientais.
3. Cronograma e Histograma
Definição de tempo de cada etapa e uso dos recursos disponíveis.
4. Cálculos Técnicos
- Capacidade nominal do guindaste.
- Raio de operação.
- Ângulos das lingas e cargas suportadas.
- Fatores de segurança.
5. Consolidação dos Dados
Elaboração do documento final com:
- Diagramas.
- ART (Anotação de Responsabilidade Técnica).
- Certificados dos equipamentos.
- Plano de comunicação.
Quem Pode Elaborar um Plano Rigger?
O Plano Rigger deve ser elaborado por profissionais qualificados, como:
- Engenheiros mecânicos, civis ou de segurança do trabalho.
- Técnicos especializados em movimentação de cargas.
- Empresas de engenharia com experiência em rigging.
É fundamental que o responsável tenha registro profissional (CREA) e conhecimento prático.
O que Deve Conter um Plano Rigger Completo?
Um documento bem elaborado inclui:
- Dados da obra e da construtora.
- Identificação do equipamento (guindaste, grua, munck etc.).
- Local de instalação e layout.
- Responsáveis pela montagem e manutenção.
- Detalhamento operacional (sequência e métodos).
- Equipe técnica e funções atribuídas.
- Plano de treinamento dos operadores.
- Documentação obrigatória (ART, inspeções, certificados).
Riscos de Não Elaborar um Plano Rigger
Ignorar o plano pode gerar consequências graves:
- Tombamento de guindaste.
- Ruptura de cabos ou lingas.
- Acidentes fatais.
- Danos a estruturas e equipamentos.
- Multas e processos por descumprimento da legislação.
Exemplo real: em uma operação de içamento sem plano adequado, uma carga de 20 toneladas tombou sobre o canteiro, interrompendo a obra por 30 dias e causando prejuízo milionário.
Cursos e Capacitação em Plano de Rigging
Para se tornar apto a elaborar um Plano Rigger, existem cursos de especialização em rigging que abrangem:
- Cálculos de capacidade de guindastes.
- Normas técnicas e regulamentadoras.
- Segurança em movimentação de cargas.
- Simulações práticas de operações.
Esses cursos são voltados para engenheiros, técnicos de segurança, operadores de guindaste e supervisores.
Plano Rigger na Prática: Um Exemplo Real
Imagine a necessidade de instalar um tanque metálico de 30 toneladas dentro de uma planta industrial.
O Plano Rigger irá:
- Definir o guindaste de 400 toneladas adequado.
- Mapear a área de operação.
- Estabelecer bloqueio de vias internas.
- Determinar EPIs obrigatórios para a equipe.
- Calcular o raio de operação e margem de segurança.
Sem o plano, o risco seria de tombamento do guindaste ou colisão com estruturas internas.
Perguntas Frequentes sobre Plano Rigger
- O que é um Plano Rigger?
É o planejamento técnico que garante a execução segura de um içamento de cargas. - Quem pode elaborar?
Engenheiros e técnicos especializados com registro no CREA. - Quais normas exigem?
Principalmente NR-12 e NR-18, além de referências internacionais. - O que acontece se não for feito?
Aumentam os riscos de acidentes, multas e prejuízos. - Como me capacitar para elaborar?
Através de cursos de rigging e movimentação de cargas, oferecidos por entidades técnicas e instituições de ensino.
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Conclusão
O Plano Rigger é um dos pilares da segurança em movimentação de cargas pesadas. Ele antecipa riscos, define responsabilidades e garante que cada etapa seja realizada com precisão técnica.
Empresas que adotam esse planejamento demonstram profissionalismo, cuidado com a equipe e respeito às normas, além de reduzirem custos e melhorarem a produtividade.
Se a sua obra ou operação envolve içamento de cargas, não abra mão de um Plano Rigger bem estruturado. Ele é mais do que uma exigência: é um investimento em segurança e eficiência.